domingo, 12 de agosto de 2012

O interminável "fantasma" olímpico e a 16ª rodada do Brasileirão


Mais uma frustração. Mais uma batida na trave. E mais uma medalha de prata e o ouro que escapa das nossas mãos (ou melhor, dos nossos pés). Neste sábado a seleção brasileira tinha tudo para vencer o México na final do futebol nas Olimpíadas de Londres e enterrar de uma vez por todas um velho "fantasma" que assola os gramados brasileiros dentro dos jogos olímpicos. Mas infelizmente a equipe, que pouco convenceu durante toda a competição, não se encontrou dentro de campo, acabou derrotada e mantendo este tabu que parece interminável.

Podemos afirmar que o Brasil não esperava tantas dificuldades em uma final. Depois de enfrentar equipes teoricamente com pouca expressão no futebol e com baixa qualidade técnica (mesmo com isso, as vitórias vieram no sufoco em quase todos os jogos), o time teve pela frente uma seleção mexicana muito bem postada dentro de campo, tanto defensivamente como ofensivamente, e teve muitas dificuldades durante toda a partida. Mais uma vez o técnico Mano Menezes repetiu o esquema tático das semifinais, deixando Hulk no banco e colocando Alex Sandro na lateral-esquerda, deslocando Marcelo para o meio-de-campo. Porém, as coisas desde o comecinho de jogo estavam totalmente perdidas e fora do lugar para a seleção brasileira.


Isso porque com menos de trinta segundos o México abriu o placar, em mais uma das inúmeras falhas e cochiladas da defesa brasileira. É inadmissível uma equipe como esta sofrer um gol tão rapidamente. Com isso, o esperado seria o Brasil colocar em prática novamente o que já havia feito dentro de campo nas outras partidas. Mesmo saindo atrás do marcador, o time não se abateu, impôs seu ritmo no ataque e as chances saíram naturalmente. Mas contra os mexicanos a coisa acabou não fluindo como o esperado. Perdendo o jogo nitidamente no meio-de-campo e nas laterais, a nossa seleção parecia perdida, sufocada e sem ter o que fazer quando tinha a bola nos pés, diante da pressão exercida pela marcação do adversário, e não conseguindo alternativas para sair da complicada situação. Mano tentou arrumar a equipe, voltando com seu esquema antigo, colocando Hulk em campo. Algumas chances até foram criadas depois da entrada dele, que mostrou muita disposição, mas nada que assustasse muito a meta do goleiro mexicano.

A etapa final permaneceu com o mesmo panorama no início, e a situação acabou se complicando com o decorrer do tempo. Com os nossos laterais subindo juntamente com os volantes, de uma forma não muito organizada, e com Oscar muito mal em campo, o Brasil não criou mais oportunidades e estava desarrumado, correndo risco de sofrer o segundo gol, que acabou vindo e mostrando toda a confusão da defesa brasileira, que deixou o adversário subir sozinho e cabecear no canto do goleiro Gabriel, acabando com todas as chances do ouro. Hulk, o mais lúcido em campo, ainda descontou no final, mas não adiantou.


Novamente a seleção brasileira bate na trave em uma Olimpíada. Estes jogos prometiam muito, e foi criada uma expectativa muito grande em cima dele, por se tratar de uma geração de jogadores com muita qualidade (talvez a melhor geração olímpica que já tivemos) e também pelos adversários de pouca expressão. Apesar disso, durante todas as partidas da competição as vitórias vieram de uma forma apertada e não convincente. Tivemos alguns problemas fora e dentro de campo que acabaram prejudicando o grupo. Uma delas foi o corte do goleiro Rafael, titular do time, e que deixou uma deficiência grande nas traves da seleção. A fragilidade da defesa, que, mesmo contando com Thiago Silva, falhou em muitas oportunidades e comprometeu. Os dois volantes, Sandro e Rômulo, que jogaram de uma forma confusa em muitas vezes, não conseguindo cobrir as laterais de campo e atuando a frente de suas respectivas posições.

Falando especificamente dos problemas dentro de campo, podemos apontar um grande responsável por mais este fracasso olímpico: e ele se chama Mano Menezes. Alguns podem até dizer que não houve um tempo hábil para uma preparação intensa desta seleção, mas eu acabo discordando disso. Apesar dos poucos jogos, o tempo de treinamento e trabalhos técnicos e táticos foi rasoável para se fazer um bom trabalho e vencer os jogos. Além disso, Mano acabou pecando em muitas vezes, e por questões até de visão de jogo, deixando um jogador acima dos 23 anos no banco de reservas, apostando num Paulo Henrique Ganso quase que "acabado" tecnicamente e psicologicamente, não efetuando as mudanças certas durante as partidas, e também nesta final, e pecando até nas convocações. Ele não conseguiu formar uma equipe, não sabendo usufruir de uma seleção com jogadores de muita qualidade e com uma geração repleta de talentos.


Minha opinião é de que seu ciclo a frente do Brasil deveria já ter seu fim. Os resultados não estão vindo, as cobranças aumentam, e vejo que Mano não possui um perfil visando a Copa do Mundo de 2014, a acabou por mostrar isso a beira do gramado comandando a seleção. Ele não conseguiu formar uma base e uma cara para a nossa seleção canarinho, a pouco menos de dois anos para o Mundial, e isso preocupa bastante. E estes Jogos Olímpicos acabaram por confimar que seu nome não é o certo para seguir no comando do Brasil. Nesta semana que se inicia devermos ter uma posição oficial da CBF sobre isso. Mais uma frustração, desta vez em Londres, e fica para o Rio em 2016 a chance da seleção tentar terminar com este tabu difícil de ser quebrado.

Trocando de assunto, vamos destacar a 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, que teve sua realização neste final de semana. No sábado, quatro partidas abriram a rodada. O destaque ficou para as vitórias de Flamengo e Cruzeiro. O rubro-negro derrotou o Náutico com dois gols do artilheiro Vágner Love, e parece que já está se arrumando sob o comando de Dorival Júnior. Já a raposa foi até Pituaçu e venceu o Bahia por 1 a 0, permanecendo na briga para entrar no G-4. Outra equipe que venceu foi o Figueirense, quebrando um longo jejum de vitórias, derrotando o Sport fora de casa e deixando a lanterna para o Atlético-GO, que deixou escapar a vitória contra o Santos. Depois de estar vencendo por 2 a 0, o peixe voltou com alterações para a etapa final, que surtiram efeito e fizeram com que o resultado ficasse em 2 a 2. O alvinegro também segue na parte debaixo da tabela.


No domingo, mais seis partidas acabaram por finalizar mais uma rodada. E o grande destaque se dava no confronto dos dois primeiros colocados na classificação. Atlético-MG e Vasco se enfrentaram em Belo Horizonte, prometendo um duelo bastante interessante e brigado. E foi isso que aconteceu. Com muita disputa por cada parte do gramado da Arena Independência, a partida acabou por se caracterizar por um domínio dos donos da casa, que tinham a maioria da posse de bola e, imprimindo muita velocidade e jogadas envolventes, acabou por furar a melhor defesa do Brasileirão, que já estava a sete jogos sem ser vazada. Jô foi o responsável pelo único gol do jogo, que fez o galo abrir uma boa vantagem na liderança, e ainda com uma partida a menos. O destaque da partida ficou para Ronaldinho Gaúcho, que, jogando solto no meio-de-campo, comandou o time mineiro para mais uma vitória, a 12ª em 15 jogos.

E, assim como o galo, as equipes de cima da tabela venceram seus jogos. A vice-liderança trocou de mãos nessa rodada. O Fluminense venceu o Palmeiras com um gol solitário de Jean já no final de jogo, deixou o Vasco para trás e fica a três pontos da ponta. Os gaúchos Grêmio e Internacional tiveram que buscar a virada em suas partidas para permanecerem no pelotão de frente do Brasileiro. O colorado sofreu um susto contra a Ponte Preta dentro de casa, mas virou e assumiu a quinta colocação, ficando um ponto atrás do seu rival tricolor, que foi até o Morumbi enfrentar outro tricolor. E, depois de sair atrás do placar, usou toda a qualidade e experiência dos seus jogadores para vencer por 2 a 1 e permanecer na quarta colocação.


Quem acabou ficando mais distante desta briga pelo G-4 foi o Botafogo, que foi até o Canindé e tropeçou diante da Portuguesa. O alvinegro saiu na frente, mas permitiu o empate dos donos da casa e se afastou um pouco do grupo da frente. Pra finalizar, no Couto Pereira, o Coritiba segue na luta para se achar de vez dentro do Brasileirão. Mais uma vez a equipe foi derrotada, desta vez pelo Corinthians, e permanece com sua grande irregularidade. Enquanto isso, o timão tentar uma aproximação com os primeiros colocados. Final de semana cheio de emoções no futebol, algumas ruins, decepcionantes, mas outras muito válidas e interessantes. Nesta meio de semana tem mais, Brasileirão e seleção brasileira em campo, para a alegria dos "pitaqueiros" de plantão, como todos nós somos.

3 comentários:

  1. Decepção total da nossa seleção... O ouro estava tão próximo que todos achavam que viria naturalmente. Talvez nunca mais vamos ter uma chance tão grande pra ganhar uma Olimpíada.

    Abraços

    Lucas Campi - paixaopelaum.blogspot.com

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  2. Mais uma vez a seleção deixa todos na mão... Fica pra 2016...
    Quanto ao Brasileiro, o Atlético esta caminhando para ser o maior campeão da era dos pontos corridos, esta com um grande time. Pode chegar a 50 pontos só no primeiro turno.

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  3. Este fantasma persistirá enquanto a medalha for vista como ultimo desejo do futebol brasileiro. Apenas como exemplo, o Corinthians sempre babou pela Libertadores. No ano que resolveu jogá-la com a cabeça e entendeu que era "apenas" mais um título, ele veio.

    Sobre o BR2012, to apostando no Flu, pois vejo um Vasco enfraquecido e um Galo que ainda perderá folego e sem tanta gordura. Mas olho no Grêmio!

    Saudações!!!

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