sexta-feira, 2 de julho de 2010

Temos explicação para o inexplicável?

A derrota e a consequente eliminação do Brasil para a Holanda, por 2 a 1, nesta sexta-feira, foi realmente inexplicável para os torcedores e jogadores brasileiros. Depois de uma primeira etapa iluminada, o time voltou descontrolado para o segundo tempo e acabou voltando mais cedo do que se previa para casa, adiando, com em 2006, nas quartas-de-final, o sonho do hexacampeonato na África do Sul.

No primeiro tempo da partida contra a Holanda, em Porto Elisabeth, a seleção se portou muito bem em campo. Neutralizando muito bem as jogadas ofensivas dos holandeses e rápido nas chegadas ao ataque, o Brasil marcou o primeiro gol logo aos 10 minutos. Em um passe primordioso de Felipe Melo, que achou Robinho livre no meio da defesa holandesa. O atacante pegou de primeira, vencendo o goleiro Stekelenburg, marcando 1 a 0 em prol da canarinho. Mesmo com o gol, nossa seleção não recuou e continuou jogando da mesma forma, anulando quase que por completo qualquer investida do ataque da Holanda, marcando seus principais jogadores e não dando espaços. Lúcio e Juan, cabeceando e desarmando muito e Gilberto Silva e Felipe Melo cercando Robben, não deixando o craque holandês fazer sua já tradicional jogada. Saindo bem nos contra-ataques, com o próprio Robinho chamando o jogo, o Brasil teve chances de ampliar o marcador, se aproveitando da fragilidade da zaga europeia, e sair com uma vantagem maior para o intervalo. Daniel Alves, Maicon e principalmente Kaká desperdiçaram valiosas oportunidades de gol. Mas o Brasil vencia do mesmo jeito, convencia, envolvia e jogava muito bem, com muita segurança.

Até que chegou o segundo tempo. Escuro segundo tempo. Meio que inexplicavelmente, o Brasil veio com uma postura completamente diferenta a da mostrada na primeira etapa, que tinha sido tão boa. Assustada, violenta, atrapalhada, errando passes bobos, parando de marcar e perdendo a cabeça, a seleção começou a escrever a trajetória da volta para casa. Aos sete minutos, veio o empate. Como não seria diferente, em um lance bobo, na bola aérea, que é o ponto forte da canarinho. Sneijder botou na área. Felipe Melo e Júlio César bateram cabeça, o nosso arqueiro saiu do gol e o volante desviou para fazer o primeiro gol contra do Brasil na história das Copas do Mundo. Atordoada, a seleção não demostrava reação, continuava muito frouxo na marcação, e, acudada no seu campo de defesa, pela pressão na saída de bola holandesa e não conseguindo atacar, tomamos o gol da virada aos 22 minutos. Explorando sempre o lado esquerdo de defesa da nossa seleção, que tinha Michel Bastos com cartão amarelo e Felipe Melo descontrolado, a Holanda arrumou um escanteio. Numa jogada muito bem ensaida por parte dos holandeses e mal marcada pela defesa brasileira, Robben bateu o córner, Kuyt se antecipou e desviou de cabeça para o baixinho Sneijder, livre no meio da área, marcar com sua careca. Se com o empate o Brasil já estava muito mal, com a derrota evidente a seleção só piorou ainda mais. Dunga até tentou arrumar o lado esquerdo de defesa, sacando Michel Bastos e botando Gilberto, mas viuum lance estúpido acabar de vez com as chances de reação brasileira. Como já estava marcado a algum tempo, Felipe Melo perdeu a cabeça, pisou em Robben e acabou expulso. Com um a menos em campo e no placar, a seleção, totalmente desorganizada, só chegou com perigo em bolas paradas, em duas cobranças de escanteio seguidas e numa falta de Daniel Alves. A entrada de Nilmar no lugar de Luís Fabiano não mudou o panorama da seleção, que ainda se escapou de tomar uma goleada. Adeus sonho do hexa.

A derrota e a eliminação fecha o ciclo de três anos e meio de Dunga na frente da nossa seleção. Ciclo de vitórias e conquistas, cercados por muitas críticas, opiniões populares e jornalísticas e disciplina, que não resultaram no tão desejado hexacampeonato. Ciclo que esbarrou num segundo tempo inexplicável do Brasil, que dominou por completo o primeiro tempo, podendo ter definido a partida, fazendo seu melhor jogo na Copa, e na segunda etapa desandou sem explicação. Culpados podemos apontar vários. Dunga, por não ter montado uma seleção com tantos jogadores de qualidade que poderiam decidir. Felipe Melo, que já recebia críticas antes do Mundial e que acabou provando ser um jogador que provavelmente nunca mais vestirá o manto verde e amarelo. Kaká, Robinho e Luís Fabiano, as principais estrelas da equipe, por não terem chamado a responsabilidade no momento crucial da competição. Enfim, todo Mundial é assim. Nas vitórias, alegria e heróis, e na derrota, com é o caso, muita tristesa e vilões. Raça não faltou. Garra, vontade, nossos jogadores mostraram. A eliminação sinceramente não tem explicação. E é isso o que mais dói no torcedor brasileiro, que chorou mais uma vez vendo o sonho do hexa ser adiado. Inexplicavelmente.

4 comentários:

  1. Olha Gabriel, culpa do Júlio César que não soube gritar "é minha" na hora do cruzamento de Sneijder. Culpa também do Felipe Melo que bateu no Robben e ainda teve a cara de pau de dizer que não foi desleal o que ele fez. Mas a culpa maior é do Dunga, que deixou o talento de fora para usar o "compromentimento". Enfim, há muitas razões para explicar a eliminação.

    Abraços!

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  2. Não quero criar polêmica, mas com o alto barulho das vuvulzelas, será realmente que o Felipe Melo pode não ter ouvido o Júlio César gritando?

    Realmente, todos falavam o que ocorreu no vestiário após o jogo, mas ninguém falou o que ocorreu lá no intervalo.

    Grande Abraço

    Leonardo Valejo
    www.maratonaesportiva.blogspot.com

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  3. Fala, cara!

    Pois é, isso é fato, o Brasil perdeu lutando (o Felipe Melo literalmente lutando), bem diferente daquela passividade da derrota em 2006. Mas perder lutando não é nada além da obrigação, convenhamos.

    Acho que nunca tive tanto nojo de um cara quanto tenho do Felipe Melo. Há uns 2 anos que falo o quanto ele é desleal, já o vi dar cabeçada no Stankovic num Inter x Juventus de pré-temporada, torneio amistoso que não valia absolutamente nada. O que ele falou depois da partida, dizendo que não foi pra quebrar o Robben, senão ele teria quebrado, é pro próximo treinador nem cogitar um dia chamá-lo novamente.


    Abraços!

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  4. Não ví culpa do Júlio César. pra mim ele tem crédito. O grande culpado é o Marcelo Teixeira por ter colocado um técnico sem experiência para comandar a maior seleção do mundo e do próprio técnico que colocou um meia na lateral esquerda e insistiu com um monte de volantes e um ótimo meia (Kaká) sem condições físicas.
    http://futeboliche.wordpress.com

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